sábado, 10 de maio de 2008

Quarta parte de uma trilogia

Ela não está no ônibus, no metrô e não está na sua casa em um sábado à noite. Ela agora anda por aí, remoendo sentimentos e revirando emoções do fundo da alma. Parece que as que ficam lá em baixo estão solidificadas; se condensaram e se arraigaram. São fixas e, exatamente por isso, merecem ser revisitadas. Colocar umas em cima das outras, buscar o motivo pelo qual determinada certeza se estabeleceu e se instalou ali, como se fosse a inquilina de vários anos. Descobriu, retirando o pó das velhas emoções, que algumas coisas ainda a tocam como há cinco anos atrás; outras, não provocam mais do que risos.
Percebe, entre uma lágrima e um sorriso de saudade, que ainda é capaz de sentir muito. E não sabe se deve se alegrar ou se punir por isso.