sábado, 28 de maio de 2011

Box - Parte II

Às vezes acho que as pessoas podem descobrir muito sobre mim se forem ler meus escritos no cantinho escondido do box. Fica ali, na parede de vidro ao lado da torneira, na altura das minhas mãos, na profundidade de qualquer coisa que eu queira escrever. Pra botar pra fora, pra escrever, pra gritar pro mundo inteiro, pro vapor levar pra longe ou espalhar.

Não passam de poucas palavras. Por muitas vezes, são ligadas por conjunções que cumprem sua real função: conectar, não advertir, não separar, não qualquer outra coisa. Às vezes trazem um desenho clichê, às vezes é só um 'por quê?'. Às vezes eu só olho e vejo que não tenho mais vontade de escrever nada, ali.

E quando eu começo a escrever só o meu nome naquela lousa embaçada, com um traço para colocá-lo no topo do mundo, sinto que talvez tenha me tornado o que sempre deveria ter sido: a coisa mais importante da minha vida, mesmo que até o próximo banho.