domingo, 1 de julho de 2012

Às vezes eu acho que Paris roubou minha alegria. Ficou num daqueles cantos iluminados só por uma luminária amarela perto do Panthéon ou nuns dos Noctiliens que eu peguei voltando de uma saída cheia de tequila e cerveja?
Não sei. Minha alegria vaga por Paris, porque às vezes eu a reencontro num passeio etílico ou com pessoas que me deixam ser eu mesma. Às vezes eu a vejo de mãos dadas com a saudade das coisas que eu já vi ou que não aproveitei como deveria. Às vezes, ela me espera numa música nova, numa lembrança de noites viradas, dançando como se eu soubesse. Às vezes ela bate na minha porta, mas estou muito ocupada conversando com meus medos e incertezas. Às vezes ela briga demais com a tristeza. Muito. E perde, porque no meio do caminho tinha a solidão, que não ficou mais sozinha porque fez amizade com a melancolia.
Mas ela está aqui em Paris, na vida que eu levo, nos pequenos dias em que eu escrevo e me sinto leve, nas pequenas vitórias.
Está aqui, nas pequenas lembranças de dias lentos, no gramado.