domingo, 2 de novembro de 2008

Brincos

Naquela noite, ela se sentiu bonita. Olhou-se no espelho e viu uma daquelas mulheres elegantes com simplicidade. O brinco pequeno e discreto deu o ar da graça em mais uma noite que prometia ser divertida, carinhosa e com pitadas fortes. Nada que atrapalhasse a leveza do clima, a casualidade dos olhares e a insegurança de cada dia.

Sentiu-se completamente entregue e sem sua proteção habitual. Sentiu seus cabelos se espalharem e irem para o mesmo lado das suas convicções. E sentiu-se bem. Não, claro, sem se culpar algumas vezes pela perniciosidade daqueles pensamentos.

(...)
Mas o brinco estava ali, para combinar com o brilho dos olhos. Para coroar a combinação mágica daquelas duas cores que se misturavam numa repetição incessante de carinhos.