quinta-feira, 7 de maio de 2009

No meu dia de rainha, eu não sei como seria a manhã. Sei que eu não acordaria cedo, porque não trabalharia.
Daria um beijo na minha mãe, com as malas prontas, ouvindo pra eu me cuidar, aproveitar a viagem e mandar um beijo pro meu (eterno) namorado; tudo isso, sabendo que ela ficaria bem, com amigas indo em casa/saindo ou com a companhia de algum membro da família que a divertisse.
Desceria as escadas, me sentindo radiante, mesmo que eu não estivesse. Daria um beijo nele, enquanto ele me olha sem saber se comenta ou não o quanto ele gosta de me olhar sem que eu perceba. Acabaria comentando e, enquanto guardamos as malas, eu pensaria no quanto o fim de semana parece promissor. Pegaríamos a estrada livre, com raios de Sol, indo Deus sabe pra onde. Eu não me importaria com o lugar, porque, como seria meu dia de rainha, eu teria paz e seria a realeza em qualquer lugar.
Ele diria, à noite, que adorou a blusa que eu escolhi caprichosamente para que ele reparasse, e eu me sentiria mais magra com ela, também. Iríamos a um restaurante aconchegante e eu me sentiria amada; aquele ouro branco do qual eu já havia falado.
Eu poderia amar com a certeza de que o amor é uma via de mão dupla e que tudo o que vai, volta - necessariamente.
Eu não teria gestos planejados. Nem ele. Daríamos risadas que terminariam com um beijo.
Nesse dia de rainha eu teria olhares. Olhares daqueles que te fazem sentir a rainha de qualquer homem; que te permitem ver o pensamento: “Ah, ela é mesmo demais” ou um simples “Se ela soubesse o quanto eu amo...”
Eu teria certezas.
A certeza de que eu escolhi certo, de que o destino prega peças erradas com a linha certa, de que eu estou completa.

A tão sonhada plenitude.

Aquele momento fulgaz em que você pensa: “Eu não preciso de mais nada pra ser feliz...” Momentos Doriana.
Eu dançaria fazendo dublagens e palhaçadas. Teríamos a dança do um pra lá um, pra cá (clássico de baladas) que acabariam com um giro engraçado e mais risos...
Eu conseguiria comer menos e teria a pele de uma... princesa – sem rugas, claro!
Tudo no lugar, inclusive o coração e a cabeça, que agiriam de acordo com o que foram programados pra fazer, e não um tentando tomar o lugar do outro.
No meu dia de rainha, eu receberia uma rosa com um poema pelas mãos de outrem ou deixada em algum lugar estratégico.
Eu saberia que estou sexy com determinada lingerie e o sexo seria, ao mesmo tempo, intenso e carinhoso; e eu saberia que estaria dando de volta tudo aquilo que eu recebera. Terminaria com o carinho mais gostoso e o resto, ele saberia como fazer – contanto que não dormisse.
E recomeçaria - por que não?

Eu teria paz. Das minhas neuras, dos meus outros eus, dos outros, dos dias, das noites...


Impossible is nothing.