Ela sonhava em ter sua amiga de volta. Uma amizade unilateral, quase maniqueísta. Queria a comodidade de ter alguém sempre do seu lado, mesmo que isso custasse a liberdade de escolha do seu velho apoio.
Mas certas coisas haviam mudado. Não havia mais, por parte da sua companheira, aquela vontade de evitar o clima bélico acima de qualquer coisa. Suas vontades estavam, em doses esparsas e homeopáticas, se tornando suas prioridades. Seria um atentado contra sua integridade moral submeter-se, em todos os momentos, às vontades ditatoriais daquela cuja habilidade principal era fingir-se de ventríloqua.
Claro que, por conta do aparecimento escasso de sua força de vontade, seus desejos ainda não eram cem por cento respeitados. Isso causava uma estranheza absurda à quem a desejava por perto novamente. Causava, também, brigas e discussões para ver quem realmente deveria governar aquele barco chamado pelas duas de “minha vida”. Seria realmente de uma delas? Ou fora carinhosamente alcunhado assim pela importância que adquirira?
Não sabiam.
Mas queriam ter o controle.
Era justo que uma falasse pelas duas?
...
Não, não era. Mas assim como o ventríloquo não admite a vida do boneco, ela não admitia a vida de sua amiga. Dizia, controlava os movimentos, não dividia com ninguém. E, quando se cansava, guardava-a na sua estante, junto com o perfume, o porta-retratos e outras coisas que eram só dela.
Era bom tê-la por perto.
(...)
Uma amiga como essa deve mesmo fazer muita falta.
Mas certas coisas haviam mudado. Não havia mais, por parte da sua companheira, aquela vontade de evitar o clima bélico acima de qualquer coisa. Suas vontades estavam, em doses esparsas e homeopáticas, se tornando suas prioridades. Seria um atentado contra sua integridade moral submeter-se, em todos os momentos, às vontades ditatoriais daquela cuja habilidade principal era fingir-se de ventríloqua.
Claro que, por conta do aparecimento escasso de sua força de vontade, seus desejos ainda não eram cem por cento respeitados. Isso causava uma estranheza absurda à quem a desejava por perto novamente. Causava, também, brigas e discussões para ver quem realmente deveria governar aquele barco chamado pelas duas de “minha vida”. Seria realmente de uma delas? Ou fora carinhosamente alcunhado assim pela importância que adquirira?
Não sabiam.
Mas queriam ter o controle.
Era justo que uma falasse pelas duas?
...
Não, não era. Mas assim como o ventríloquo não admite a vida do boneco, ela não admitia a vida de sua amiga. Dizia, controlava os movimentos, não dividia com ninguém. E, quando se cansava, guardava-a na sua estante, junto com o perfume, o porta-retratos e outras coisas que eram só dela.
Era bom tê-la por perto.
(...)
Uma amiga como essa deve mesmo fazer muita falta.
5 comentários:
nunca gostei muito de ventriloquos... são muito dependentes dos bonecos
Eu gostei do que você escreveu! =D
Mande lembranças pros coreanos por mim! hehe
Qualquer forma maniqueísta dói.
Cadê o próx texto? =) Não pára nãão!
Texto e imagem se confundem de maneira linda.
Saudades.
Ela deve ser de escopião com ascendente em leão... rsrs.. O texto é ótimo... Bjs
:b
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