Estava conseguindo. Pagou as coisas na mesma moeda que recebeu, na esperança de que o ouro valesse tanto pra quem dá quanto pra quem recebe. Não foi lá isso que aconteceu, mas ela conseguiu fazer o básico: se esforçou, sentiu pouco e não chorou. As velhas distrações a ajudaram.
O problema é que ainda estava na fase de experiência do nível básico. Não sabia controlar emoções, ainda, e por mais que o choro tenha sido engolido, como quando era criança e fazia birra dizendo que "não doeu!", o sentimento estava ali, latente. Quando o inimigo baixava guarda, sua vontade era de baixar, também, ao invés de aproveitar o momento e atacar. Coisas de amadora.
Resolveu baixar um pouco a guarda, também. Se ninguém atacasse, talvez a guerra acabasse, e ela poderia largar a armadura que não a fazia bela como ela era. A essência era algo interno demais, mas certas mentiras ditas 100 vezes tronam-se verdades, então, pra que se armar de uma coisa que ela não era?
A essa altura, mudar, pra ela, já era fingir. E não acreditava que mentindo ela pudesse ir muito longe. Era fraca pra essas coisas. Nunca escondera de ninguém o quanto era dependente dos seus próprios sentimentos e de expô-los sem problemas, desde que eles fossem tratados como tesouros que eram.
Voltou a ser ela mesma. Em um curto espaço de tempo, tirou a armadura, lançou mão de espreitar, estudar os atos daquele que não deveria ser o oponente, e sim apenas o objeto de 'estudo próximo e empírico'. Sem escudo, sem lança, sem cautela: desprotegida. Foi, sentindo-se forte o suficiente para encarar tudo do jeito que ela era. Sempre lhe disseram isso.
Enquanto ela levantara a bandeira branca, recebera golpes que lhe pareceram desferidos sem o menor controle. Talvez tivesse sentido mais pela falta da armadura.
Voltou com o coração na mão, tentando repara-lo mais uma vez. Buscando novos remédios pras velhas feridas, novas proteções, novos...
Seria melhor um novo coração?
6 comentários:
gostei da imagem do ouro :)
Quando algum sugere uma vida guerreira, é, provavelmente, por que esse alguem cansou de apanhar, resolveu se armar e começar a golpear.
O que pode ter se tornado um grande problema.
Ou seja....
um novo coração não viria com as mesmas fraquezas? pq elas são suas não do seu coração
levante o escudo e empunhe a espada...
mas tenha destreza para desferir golpes apenas no inimigo, e naum nos companheiros de guerra...
vamos para a vida.
Na dúvida, use o ataque do Liu Kang. Mentira. Falando sério, um coração novo não leva embora os medos que sufocavam o velho.
Meu comentário, DE LONGE, é o mais tonto. Sempre. Mas eu continuo pensando a mesma coisa, apesar de agora estar no papel da sua protagonista, quando ela muda (ou finge) - pelo menos tentando. :)
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