domingo, 27 de abril de 2008

História de um sábado frio

Algumas coisas a sufocavam.. simplesmente a faziam olhar pra fora e querer chorar.
Colocar isso dentro de um frasco e atirar pra longe.. ou pra outro alguém.
A mesma música do ônibus e do metrô tocava agora no computador. Sentia-se inútil por pensar tanta coisa sozinha, por não ter com quem dividir esses pensamentos e sentimentos, já que ninguém a entendia. Do jeito que ela queria, não... Na verdade, nem ela entendia o que se passava com aquela cabeça, aquele coração e aqueles olhos, que procuravam por coisas que não estavam ali, mas deveriam.
Será que deveriam mesmo estar ali? , ela se perguntava. Será que, na verdade, ela não criara mais um espaço no meio do vazio que ela sentia? Talvez tivesse criado, talvez ele estivesse ali faz tempo... mas a sensação de vazio, ah, essa era permanente.
Mas porque ela fazia sempre a mesma coisa? Porque sempre procurava a sua completude nos outros? Talvez porque não acreditasse na sua capacidade de se sentir bem sozinha... mas que motivos ela tinha pra acreditar nisso? A resposta, ela não sabia. Só sabia que assim como não podia acreditar em si mesma, não deveria creditar essa responsabilidade aos outros. Nenhuma vez isso tinha dado certo, não seria agora que daria.
A música era cada vez mais triste, e por uma pequena fresta na janela, sentia um vento que lhe gelava por completo... pensava como podia estar ali tão sozinha, mesmo cercada de pessoas que a faziam sentir-se bem. Percebeu então que não adiantava um monte de elogios vazios, frases feitas, mensagens fúteis e coisas assim: era preciso mais! ELA queria mais.
E quando esse pensamento surgiu, percebeu que não adiantava enfeitá-lo: isso era só o que sabia, e pra ela, já estava de bom tamanho.

2 comentários:

Gustavo Limão disse...

Vou roubar os seus textos e montar um livro =D

Acho que eu ficaria rico

Bjãooooooooo S2-Balão!!! =***

Unknown disse...

era só o que sabia, e pra ela, já estava de bom tamanho

Saber parece importante pra ela né...